Setembro 10

Street Art

Seis artistas vão ocupar a Fábrica Braço de Prata e crear um cenários proprio a esta colectivo.
Somos um grupo de street artist´s oriundos de Almada. A nossa ideia é transmitir o valor da individualidade, original, valorizar o ser enquanto único. Ir contra a mecanização do ser humano, contra a repetição. O graffiti assenta nisso mesmo, é sempre um trabalho feito único, original, individual.
Dia 2 de Setembro será um prólogo do que será feito em Janeiro de 2011 na FBP. Mostrando o graffiti na sua vertente mais pura com pintura de murais, dando a conhecer um pouco do trabalho dos artistas presentes na exposição.
Os Artistas:








Aureliano de Aguiar
Escultura
“São trabalhos magníficos que desafiam o futuro, o que só é possível quando a arte carrega uma modernidade que extravasa os limites do instantâneo, da inserção numa corrente ou numa escola, balizadas por linhas de força conjunturais. Parabéns. Acertei na magnitude do teu sorriso. É uma 
epifania de quem olha para as tuas obras e mastiga um grama de absoluto.”

Joaquim Almeida

ArtSpaceHotel, Kai Vieweg: kaivieweg@artspacehotel.com




Paula Prates
Intervenção pictórica

O espectador assiste a uma sorte de deriva, tudo isto porque não existe um centro na obra; todos os ângulos e direcções são válidos à hora de assaltar a exegese dos trabalhos de Paula Prates. Estes contradizem o dirigido, dificultam a visão fácil e multiplicam as possibilidades do que, em princípio, nos resultaria familiar.
A peça apresentada, seguramente objecto, seguramente desenho, compõem-se por uma estrutura modular de madeira que suporta a intervenção pictórica. Esta inicia-se como uma pintura/desenho em grande escala que termina para deixar a própria estrutura visível, deixando a sua função de mero suporte e passando a adquirir presença na obra. Para além disso, começa a “espalhar-se” pela sala, como que de uma contaminação se tratasse.
É um exemplo de expansão em direcção ao escultórico e arquitectónico, ultrapassando a sua 
inevitável bidimensionalidade. Assim, a pintura, o desenho, ou como o queiramos definir, torna-se 
espaço físico.

“Porque hoje não é necessário expressar-se no quadro e penso inevitavelmente em Rosalind Krauss quando afirma que à medida que a fronteira entre o de dentro (a pintura) e o de fora (a moldura) começa a se apagar e romper, cabe a possibilidade de perceber até que ponto a “pintura como unidade” é uma categoria artificial, construída sobre a base do desejo, muito semelhante à “edição original”. Neste terreno indefinido e submetidos a esse grau de imprecisão, movemo-nos ao enfrentarmos propostas como a de Paula Prates, dessas que tratam de construir um novo olhar com o apoio da especulação espacial.” 
Paula Prates



paulaprates@hotmail.com





Hugo Teixeira
Zoo China - Fotografia

Nascido em Lisboa, é criado e educado na Califórnia e aos 18 anos de idade começa a fotografar. Ainda na faculdade, abandona os estudos de fotografia e opta antes pelos estudos linguísticos, com a ideia de poder trabalhar onde quer que houvesse temas interessantes para fotografar. Aos 22 anos de idade inicia a sua carreira como professor ambulante — primeiro em França, depois em Portugal e mais tarde na China. Novamente residente em Lisboa, retoma os estudos fotográficos na ETIC. O seu interesse pela Ásia resulta duma viagem de comboio feita em 2007 que começa na estação de metro da Falagueira e acaba em Hong Kong. Um ano mais tarde, estabelece-se na província de Shaanxi, na China Ocidental, a qual lhe serve de base para fotografar diversas facetas do quotidiano chinês--quer nas grandes cidades costeiras, quer nas pequenas aldeias na orla do planalto tibetano, quer nos jardins zoológicos aqui apresentados.
A génese do trabalho encontra-se na leitura de “Por que olhar os animais?” escrito por John Berger. No seu ensaio, Berger estabelece um elo entre o princípio da Revolução Industrial, e o consequente desaparecimento dos animais da vida quotidiana, e o surgimento dos jardins zoológicos. Assim também hoje na China, um país cuja população abandona o campo em favor da cidade, o zoo tornou-se uma presença constante desde Pequim até à mais humilde cidade do interior. Nos zoos chineses descobrimos uma fonte inesgotável de imagens curiosas. Neles encontramos contrastes únicos que desafiam os nossos próprios valores. 
China Zoo visa explorar este tema de forma documental, fruto tanto do choque revoltante como a curiosidade inocente. As imagens resultantes abordam a complexidade da relação entre os seres animais e humanos. Desde sempre que o grande público-alvo dos zoos foram as crianças que, acompanhadas pelos pais, se 
deliciam ao conhecer as versões originais dos seus peluches e desenhos animados preferidos. Mas o adulto, ao deparar-se com as mascotes da sua infância, indaga a disparidade entre a sua memória e a criatura à sua frente. O animal encontra-se emoldurado. Os elementos do seu ambiente natural — o espaço, o ar, a água — são reduzidos a meras poças, pedras artificiais e pinceladas num pano de fundo simulado. Longe do seu habitat, o comportamento do animal transforma-se; ora dormente, ora irrequieto, distancia-se do ideal sobrenatural 
que nutrimos desde jovens. Forçosamente perguntamos se será ético enjaular um elefante? Com tantos 
bancos vazios, será que o espectáculo animal continua a ser viável? Serão os zoos indispensáveis num mundo onde a viagem e o acesso à informação se tornaram tão vulgares? Deverão estes ditos “jardins” continuar a existir? Cabe a cada um responder às questões colocadas por estas imagens.