Dezembro 10




Meinke Flesseman
Exposição de Pintura




A viagem artistica da Meinke, levou a por varios paises culturas e influencias.
Recentemente ela pinta animais, caracteres e personalidades que dao ao observador a oportunidade de se relacionar e ate de auto descoberta. Estes animais estao representados em paisagens nao reconheciveis, enquanto nas pinturas dos seres humanos, o habitat tornas se relevante e reconhecivel, enquanto as personalidades aparentam ter menos importancia. A superficie das telas sao cobertas de varias camadas de texeis, papel, marcas de carvao, salpicos, tinta. Com isto ela equilibra entre os items femininos e domesticos com a outra essencia implusiva e quase bruta.

Meinke Flesseman
http://www.meinke-art.co.uk                 meinkef@yahoo.com


Luís Alves
“Balancé” - Desenho e ilustração digital



Os padrões prolongam-se.
Há uma continuação de imagens que percorrem os meus anos.
As influências que marcam o meu trabalho estendem-se pelos passeios da minha vida, na minha natal Lisboa, nas viagens que tenho feito, pelos padrões que se vão apresentando.
Tudo gira à volta dos tecidos, dos azulejos, dos fotogramas do dia-a-dia que estão escondidos às claras.
É a conjugação destas imagens que se vê reflectida nesta minha exposição, que se manifesta numa tentativa de explosão de forma e cor, de texturas, procurando quebrar a sua moldura de meras imagens  e entrar pelo real a dentro.


Pascale Maguerez
Exposição de Pintura



A pintura encontra no sentimento do amor as condições da sua própria génese, aquilo que a torna possível. Segundo Plínio o Antigo, a pintura teria tido origem aquando da partida de um jovem soldado para a guerra. Uma noite, antes de se juntar ao regimento, o jovem visita pela última vez a sua amada que, ao olhar a sombra do soldado reflectida na parede, começa a desenhar a sua silhueta, de modo a guardar uma imagem daquele que amanhã não estará mais presente. 
Seria esta a função primeira das artes picturais: acumular os traços, preservar a memória daquilo que o nosso olhar já não alcança.

Depois de vários anos a pintar os povos africanos, num registo que combinava a exuberância cromática e diversos padrões decorativos, Pascale Maguerez concentra-se agora numa única figura, que as diversas séries a que deu origem deixam entrever a indelével proximidade afectiva. Redução temática a que faz corresponder no plano formal a opção pelo bicromatismo.

Os trabalhos agora apresentados retomam assim a génese mítica do acto de pintar, ao tornarem indistinguíveis a arte e a vida, a matéria pictural e a memória de que se fazem os dias.

Blanchot afirmava que o desejo é a distância tornada sensível: na pintura de Pascale Maguerez o desejo prescinde da distância e vai buscar à justaposição fotográfica de pontos de vista, e aos hábeis contrapontos rítmicos, o testemunho pictural de uma afinidade electiva. A preto e branco, como numa história de outros tempos, muito antiga.



FEIRA DO LIVRO DE FOTOGRAFIA
10 a 12 de Dezembro 2010

O livro de fotografia é um objecto importante associado ao meio fotográfico desde o seu inicio, tanto como meio de divulgação como de impressão da mesma.
Dado o crescente interesse do publico pelos foto-livros e o reconhecimento do seu valor no mercado internacional (em paralelo com o mercado da fotografia), achámos que seria importante reunir em Lisboa de forma regular, um conjunto de fotógrafos, editores, livrarias, alfarrabistas e galerias com edições que dessem a conhecer algumas das novidades e os clássicos que existem nesta área.
Queremos desta forma divulgar e abrir o mercado das edições fotográficas, criando também uma plataforma para um diálogo sobre este meio especifico dentro da fotografia, cruzando-o com áreas como o design, as artes plásticas, o jornalismo, o cinema ou a edição em geral.

Esta feira tem a sua primeira edição de 10 a 12 de Dezembro de 2010 na Fabrica do Braço de Prata em Lisboa e apresentará os editores abaixo designados com edições relacionadas com fotografia (fotográficas e teóricas) que vão desde preços simbólicos até edições limitadas e de autor com valores significativos no mercado nacional e internacional.
Esta será uma oportunidade para os interessados em fotografia, livros e objectos alternativos entre a imagem e o livro poderem (re)descobrir e adquirir alguns exemplares raros e outros muito recentes.
Em paralelo haverá 2 conferencias durante o fim de semana que iniciarão o debate da relação do meio fotográfico com a impressão em livro e na imprensa (papel e digital).
  
Editores/livrarias:
- A Estante
- Alexandria Livros
- Arquivo Municipal de Lisboa – Arquivo Fotográfico
- Chromma  
- Fundació Foto Colectania
- Gustavo Gili
- Inc. Livros e edições de autor
- Kamera Photo
- Livraria Braço de Prata (Assirio e Alvim, Relógio d’Agua e Cotovia)
- Pente 10
- Pierre Von Kleist
- Vera Cortes – Agencia de arte / TIJUANA Lisboa

Talks: 
Sábado 17.30h – Fotógrafos que também são editores [Jose Pedro Cortes, Andre Cepeda, Patricia Almeida, Carlos Lobo]
Domingo 17.30h – Para acabar de vez com o fotojornalismo? [Fotógrafos da Kameraphoto: Céu Guarda (editora de fotografia do Jornal i) e Martim Ramos]

Organização: Os Suspeitos, Filipa Valladares e Exposições Fábrica Braço de Prata



“Os Suspeitos” (Residência) - Novembro 10






Press-Release
“Não fiques assim tão longe - II Acto
Os Suspeitos 
Colectivo - Fotografia
(4 de Novembro a 12 de Dezembro)

Uma fábrica de armamento, desactivada desde a década de 90, converte-se numa fábrica de cultura e, arriscamos, num local único que congrega a experimentação, a partilha e o sonho de realização artística.

Na continuação do projecto que tem vindo a ser desenvolvido e que agora conhece o seu II Acto, os suspeitos, trabalharam fotograficamente e em exclusivo neste espaço multifacetado, ensaiando diferentes olhares e apresentando propostas criativas tão diversificadas como a sensibilidade particular dos seus autores.

A descoberta deste lugar singular é o desafio proposto para que, partilhando uma intimidade, não fiquemos assim tão longe da Fábrica Braço de Prata.


Os suspeitos são:

Gualter Franco, Helena Castro Esteves, Hugo Rodrigues Cunha, Isaac Pereira,  João Gaspar, João Miguel Baptista, Maria Lopes, Rui Velindro e Vera Bello.

apoios



Gualter Franco

Há cerca de dois anos, ando a desenvolver um projecto em torno do conceito “estranho”. Uso a auto-representação para criar séries e variações do tema. Esta série especial teve como cenário de fundo uma parede do Braço de Prata.








Hugo Rodrigues Cunha

Escala 
Intervir no local usando o que está e lembrando o que foi e o que é. A pólvora esgotou-se com o tempo. No seu lugar vão aparecendo muitas coisas. Metade de um dos muitos edifícios transforma-se numa outra Fábrica. Do todo ficou 1/300.



Isaac Pereira
Regresso
Tu e eu. Um corpo, uma máscara. Um regresso é sempre uma eterna partida. Um destino, uma canseira, depois de já ter dito Não. Regressar: tornar possível o que se afasta. Fugir às garras do outro, libertar-se do olhar do outro, partindo de si.




João Gaspar
Rote Fabrik

No silêncio da noite, um assassino ataca. Secretamente entre olhadelas furtivas e um cigarro, o criminoso antecipa o momento da estocada. A incauta vítima cai ao chão com uma pancada surda. O corpo é arrastado escada acima para o segundo piso. A arma é descartada, as impressões digitais apagadas...
...o seu rasto fica guardado à sombra da Suspeita...






João Miguel Baptista

Comecei por ser um estranho. Um visitante. Uma expectativa. Pacientemente cheguei onde queria. Senti o que este lugar representava para mim. Hoje posso dizer: eu também pertenço aqui.



Rui Velindro

Spatia
Percorre a Fábrica Braço de Prata, observa o sítio, imagina como era e como é. Pensa no que vês; olha como os artistas de agora complementaram os mestres de antigamente. Vê as imperfeições, o antigo debaixo do que foi pintado de novo, procura a história do edifício através do teu olhar e confronta-a com o presente. Junta os dois espaços temporais usando a tua imaginação. Procura...procura...procura: o estético, o perfeito ou o imperfeito, um sentido, o abstracto... Respira o espaço observa a passagem do tempo. Assim, vês o que vejo.





Helena Castro Esteves / Maria Lopes / Vera Bello
Uma casa, um baú de momentos que já existiram, que alguém viveu e que desapareceram.

Uma casa que como todas as outras conta muitas histórias. A que vos vamos contar é aquela onde habitam personagens que até agora só viviam no imaginário de cada uma.

Essas personagens têm cor, forma e mais forte do que tudo isso que é visível, têm um mundo que lhes pertence, mundo que em cada passo se revela. Revela-se no seu confronto fisico em cada sala, na subida de um escadaria, na pausa feita em espaço aberto, longe ou perto, mas sempre atravessadas pela ligação da emoção que deixam escapar.

O que querem elas dizer?

O que são.

E como são? Estando.

É nesse fazer que sempre precede o Ser, que as vamos encontrar deambulando de olhos abertos ou fechados, sisudas ou atentas em caminho aberto pela Casa.


Helena Castro Esteves

Maria Lopes

Vera Bello






Novembro 10

Press-release
Marco Fidalgo

“Sinais Contrários” - Desenho

Terra, paisagem, território, mapa, percurso, quotidiano – derivas que me conduzem num desenho.
Daqui surgem imagens que induzem por si só, à representação de um dado processo. Tendem inevitavelmente para a experimentação, através de linhas e formas provenientes de um universo pessoal interpretativo, envolvendo quase sempre um carácter de sobreposição ou formulando sistemas de deriva e acentuação que tendem para a transgressão representacional.
As ideias, representações prévias, que sendo subordinadas á prática do desenho, invocam através de um carácter manipulador da acção, um comportamento restaurado enraizado na norma; no comum - no quotidiano. Por vezes, é como que criado um paralelismo, uma segunda camada significante que se instalará permanentemente no discurso vasto da invocação.
As imagens da exposição «Sinais Contrários» são como as mais puras manifestações que sempre transbordam da suposta realidade. Derivam do quotidiano mais comum, envolto na espuma fina e claustrofóbica onde nos indicam estar(!), para um outro lugar - o da metáfora, aqui materializado pelo desenho.
Trata-se de um processo que se estabelece sempre em trânsito, e a sua visibilidade surge na passagem estreita que se dá entre a desmontagem de significantes. É aqui que o desenho tomará posse do signo, escavando-o no seu carácter mais funcional, e apoderando-se da sua carga denotativa mais pura. É esta relação de pura exploração que possibilita a transferência do poder intrínseco do signo para uma outra imagem, que, subtilmente transformada é depois embebida de novas e múltiplas conotações, podendo afirmar-se como alegoria da contradição.



Vem por aqui! – Dizem-me alguns com os olhos doces. (1)

A paisagem já não é nossa, está longe de nós, subsiste, isolada de tudo e de todos. Talvez nos estejamos a isolar dela, dos outros e de nós mesmos. 
Lutamos todos os dias por que nos deixem em paz, que nos deixem estar sós, que escolham por nós! 
Direita ou, esquerda? 
Lutamos pelo esquecimento qual cinderelas adormecidas na vida, na sociedade e no mundo. Alheios ao bulício do dia a dia, afastamos os olhos do tempo e trancamos a coragem em casa. Não vá ela causar problemas!
Que será feito dos velhos e destemidos descobridores? 
Que será feito das novas rotas e dos novos mundos?
Onde parará hoje, a herança ancestral do “Novo Reino que tanto sublimaram” ? (2)  

Estamos entregues nas mãos do outro, nas escolhas do outro, assumimos o comodismo em detrimento do exercício consciente do livre arbítrio. Cristalizamos a sensibilidade emocional, na esperança de despistar o sofrimento e a fluidez do tempo e, da vida. Preferimos o jardim secreto, em detrimento da beira-mar, do rebentamento das ondas, enfim, da exaltação da vida.
Observamos o chão com olhos de idólatra, com uma nostalgia perene, um sentimento de apoio eterno, isento de culpa ou consciência humana. Captamos a consistência da matéria, sabendo que enquanto idólatras, nunca herdaremos o verdadeiro Reino dos Céus.

Poderíamos estar a falar de política... mas não, estamos a falar de nós. De quem somos, de como somos, aliás, do Homem em que nos tornamos.  
Não somos partidários, não deixamos que decidam por nós! 
Somos revolucionários, somos diferentes, somos únicos, originais, clandestinos... caminhamos hirtos e orgulhosos,
...somos tudo aquilo que os outros nos deixam ser, tudo aquilo que não reconhecem que somos, mas que nos torna tão profundamente iguais.

Marco Fidalgo desafia-nos com uma realidade que se revela dual. 
Num tom que deambula entre o sarcasmo e a consciência dura da realidade social em que vivemos, explora novas possibilidades de construção de significantes que resistam à convencionalidade dos seus possíveis significados. 
Questiona toda uma sociedade baseada em ícones, poder capital e máscaras carnavalescas, através do recurso a uma linguagem metafórica de grande acutilância intelectual e emocional.
Enfrenta-nos com uma realidade desfocada algures entre a politica e o social, entre o partido e a arte, entre a esquerda e a direita, entre o obrigatório ou, o necessário. Desdramatiza a realidade, descodificando-a com base na sua própria vivência do dia a dia e numa inquestionável joie de vivre.
29 de Junho de 2010 - Fernando Almeida
  (1) Cântico Negro, José Régio
  (2) Lusíadas, Luís de Camões



Joana Hamrol

“Paisagens Reminiscentes” - Ilustração e Desenho

O Mar é avistado, respiramos a sua aura. Há uma extracção, um prolongamento proveniente de um projecto que fora realizado anteriormente no âmbito da Ilustração. Ao ter dado este Projecto(1) como terminado, algumas reminiscências perduraram – são memórias de memórias de representações à beira-mar, são paisagens marítimas em continuidade. Nesta apresentação predomina uma ambiência paisagística que passa tanto pelo abstraccionismo, como pelo figurativo e naturalismo. Elas tentam tranquilizar o espectador num ou em vários momentos, momentos estes que se transformam, desaparecem e/ou constroem passagens para a ilustração seguinte. É um projecto em constante modificação e evolução, as paisagens transformam-se e imaginam-se; todas elas nascem dum círculo criativo em que a memória, cada vez mais, se deturpa e se afasta da ideia original de uma paisagem marítima convencional.

(1) A Desintegração Humana Sobre uma Memória à Beira-Mar, realizado entre 2008 e 2009.






Artur Madeira
Paisagens “Rurbanas” - Desenho

A exposição consta de um conjunto de desenhos que pretende retratar uma determinada atmosfera existente em Lisboa, em que se misturam, na paisagem de fácies urbano, expectável na cidade, desconcertantes traços profundamente rurais.

Há algo de profundamente rural que paira na cidade. Às vezes muito escondido pela degradação e o abandono.

Mas muitas casas que poderiam existir algures no campo, sedes de uma qualquer propriedade agrícola, conservam uma aura e uma personalidade, que nos atraem.

Bairros possuem hortas, que ocuparam a várzea. São informais, orgânicas, mas têm um mapa organizado por quem as cultiva, resultado de acordos feitos ao longo dos anos, décadas, em que se regateou espaço para cultivar a couve portuguesa, as favas, as alfaces…

Os “bidons”, que deixaram de ser de chapa e passaram a ser de plástico, mantêm o colorido, marcando a paisagem e denunciando a “divisão da propriedade”. São os reservatórios de água de cada courela.

As casas antigas soçobram ao lado das avenidas, de esguelha, por vezes à sombra de depósitos de contentores com 4 ou 5 andares, que ali aterraram. 

Freguesias citadinas desvendam estes segredos, sendo que os “graffiti” percorrem paisagens sobrantes, marcando-as e trazendo para o presente fantasmas dos tempos rurais.

Estas casas, estes edifícios, estes muros antigos bradam por nova vida e foi isso que motivou esta exposição e a necessidade de partilhar estas imagens a preto e branco de paisagens antigas, com todos aqueles que certamente todos os dias passam por elas e que geralmente nelas não reparam.

Lisboa, 26 de Outubro de 2010








“Os Suspeitos” - Outubro 10

“Não fiques assim tão longe” 
Colectivo - Fotografia
(7 de Outubro a 28 de Novembro)

Após algum tempo a trocar ideias, emoções e afectos, um grupo de novos autores no campo da Fotografia decide constituir-se num colectivo e organizar uma exposição. Uma exposição onde cada olhar tocaria o olhar do outro, contribuindo não apenas para uma leitura colectiva de um corpo de imagens, mas essencialmente para uma partilha, uma troca, uma entrega de si, num tempo em que normalmente poucos se atrevem a sair do lado de fora. Num tempo em que as imagens são, cada vez mais, imagens de imagens.

Outubro e Novembro, na Fábrica, são meses para reflectir e trocar experiências. Meses em que a Fotografia desafia a (des)construir algo mais. Meses para não ficar retido no lado de fora. Tempo para não ficar tão longe.

Existirá algo no interior da realidade que mereça mais do que um breve comentário? 

Existirá algo no interior da realidade que instale a dúvida, o medo, a inquietação, o desejo, a volúpia, ainda algum espanto, e outros tantos adjectivos e substantivos relacionados?

Sim. Suspeitamos.


Os suspeitos são:

Gualter Franco, Helena Castro Esteves, Hugo Rodrigues Cunha, Isaac Pereira,  João Gaspar, João Miguel Baptista, Maria Lopes, Rui Velindro e Vera Bello.

apoios




Gualter Franco

Sendo a intimidade normalmente ligada aos espaços privados e reservados, notei que em certos contextos, também se podia encontrá-la no espaço público. Os momentos captados denotam uma certa contemplação, retiro, interioridade que o local proporciona. “A intimidade no espaço público” foi então o ponto de partida para o meu registo fotográfico.





Helena Castro Esteves
Exponho o que, para mim, representa a intimidade: a sua relação com a câmera, a sua terapia e autodescoberta.
A intimidade somos nós que a criamos para impor uma separação entre a realidade e a nossa privacidade, entre o que queremos dar a conhecer e o que só pode ser visto por alguns.  




Hugo Rodrigues Cunha


SER




Isaac Pereira
Partida
Eu e tu. Uma partida é sempre um eterno retorno. Uma fortuna e um trabalho, depois de abdicar. Partir: fazer um encontro possível. Dar-se na mão do outro, entregar-se no olhar do outro, para tentar chegar a si.  




João Gaspar
Surrealizado, este é o inconsciente que ousa sair para fora, o reflexo da suspeita que me assaltou...



João Miguel Baptista

Tenho dias. Como todos nós tenho dias. São como bonecas russas que se vão retirando umas de dentro de outras até a magia desaparecer. O que fica são histórias e pessoas. Ausências e presenças. Afectos e repulsas. Não sou perfeito e não ambiciono ser. Quero ser apenas EU.



Maria Lopes

O Quarto

É no nosso quarto que somos nós. É esse o lugar mais íntimo de uma pessoa. É o sítio das nossas coisas e dos nossos segredos. 
Nesta reflexão colectiva, propus aos meus amigos e familiares que me deixassem entrar no seu quarto, o partilhassem comigo e o deixassem fotografar. Em troca partilho o meu com todos.



Rui Velindro

Cusco

Vivo num mundo privado, construído através de relações sociais e pessoais. Quando essas relações se tornam escassas, as pessoas viram-se para os objectos. Quanto mais se tem, melhores se acham as pessoas,  ou pelo menos assim pensam, acabando sozinhas com desejos reles, este é o caminho para serem uns meros “cuscos” e passar a sua vida de solidão a observar quem os rodeia, quem entra, quem vai á rua e quais os seus hábitos como se fossem uns detectives contratados, tudo isto na invisibilidade.





Vera Bello
Desta vez, ao contrário, em mil palavras dizer uma imagem. Perguntaram, o que é isso de intimidade? Do que observo parece uma coisa fácil, aleatória, equívocada, barulhenta e cega.Cheia de Pressupostos. Pré-requisitos. Em contacto permanente mas ausente. Onde há nudez mas nada se vê. Quero-a dificil, escolhida, compreendida, ouvida e como uma adivinha certa.Em processo, de progresso. Quero-a sem tempos marcados, lânguida ou voraz, mas soberana.
Absolutizada. No escuro como na luz. Preto no Branco.