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Inauguração : 02 de Fevereiro pelas 19H
Precisão arbitrária
Andreia Tocha
Instalação
Quando fui convidada para expor aqui neste laboratório de luz decidi estender a minha prática para além da reciclagem de objectos quotidianos e examinar padrões naturais. Esta pesquisa partiu dos sólidos platónicos e das proporções áureas, do número de ouro e da sequência de Fibonacci, onde o número está envolvido com a natureza do crescimento biológico e astronómico, nos trajectos das mais pequenas partículas conhecidas. Tal como a colisão de átomos dispara em várias direcções, o caminho desta exposição extrapolou para territórios desconhecidos e imperceptíveis. A ideia de representar padrões permaneceu, mas os contextos mitológicos e matemáticos revelam que este interesse não é simplesmente passageiro ou uma maneira de reviver uma ligação com o mundo natural. Nós somos o mundo natural e como tal somos um todo. Existem números e padrões comuns, transversais a várias espécies. E é inegável a profunda realidade da nossa unidade com estes ritmos e padrões. Somos feitos da mesma matéria, a primordial. E da mesma forma: de hexágonos e espirais. De tão embrenhados que estamos nas teias tecnológicas, afastamo-nos do animalesco sem o entender. A haste do veado e a colmeia tomaram posse da minha imaginação como de tantos outros pensadores de culturas antigas.
Encontro nestas simbologias históricas não só um vestígio da nossa relação com a terra e seus elementos, mas também um farol de um tempo esquecido. Uma redescoberta das interligações e um respeito renovado pelos padrões inevitáveis do Ser.
Estes dois elementos tocam-se na matemática, nas ramificações, nas construções e no sagrado. As hastes do veado remetem para a árvore da vida (Charles Darwin) e são símbolos de vitalidade, de fertilidade e de ligação com as energias do cosmo. A colmeia, por sua vez, convoca a flor da vida (considerada o padrão mais importante e sagrado no universo). As figuras apresentadas são baseadas em estrutura, número e símbolos de harmonia e de pureza. Elas “revelam o segredo dos mitos da criação do universo” e uma constante de crescimento, presente na natureza, que se repete inúmeras vezes com uma precisão arbitrária.
Abelhas e veados ambos se encontram em risco de extinção.
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Inauguração : 07 de Dezembro pelas 19H
Ensaio sobre a Ruína – Parte 2
Paula Prates
Desenho | Fotografia | Instalação
07 de Dezembro 2011 - 13 de Janeiro de 2012
O termo ruína significa um acto ou efeito de ruir, um desmoronamento ou uma destruição, um resto ou um destroço. Em sentido figurado a palavra visa algo que é decadente, degradado. Existe mesmo uma planta com este nome, que aparece nos buracos ou fendas dos muros e rochedos, sobrevivendo apenas nestes espaços intersticiais, resguardados e de difícil acesso. Podemos dizer também que a ruína não é um triunfo da natureza, mas um frágil equilíbrio entre persistência e decadência.
Vive de um estatuto ambíguo: por um lado, é um vestígio tangível do homem, mas por outro é um espaço que vive sem a sua presença, acumulando vestígios, marcas ao longo do tempo. Nestas obras, tal como na ruína, o homem já não tem lugar, dominando o lado melancólico e sombrio.
Outro factor essencial: o factor tempo e o seu poder devastador. Ele é a chave de tudo, e é apenas através dele que nos conseguimos reconciliar com as tragédias que povoam a nossa memória. A solidão, o afastamento, coisas e lugares abandonados (deixados à acção do tempo) têm sido as minhas imagens recorrentes.
Será um amontoado de fragmentos? A Ruína como repositório de memória.
Paula Prates
Novembro de 2011
Megarim-adn, Rua do Centro Cultural, 11 - Alvalade, 1700-106 Lisboa
Horário : Seg / Sex: 9H00-12H30 | 14H00-18H00
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Inauguração : 03 de novembro pelas 19H
Home, sweet home
Teresa Huertas
fotografia / instalação
Home, sweet home é o mais recente trabalho de Teresa Huertas, o primeiro de uma série que pretende reflectir sobre aspectos da memória individual e colectiva, que marcaram profundamente algumas gerações do século XX português.
Através da apropriação de uma imagem cliché da década de 50, questionam-se valores e modelos comportamentais de uma geração dominada pelo autoritarismo.
O segundo elemento deste trabalho, uma instalação site-specific, remete para a esfera do íntimo. Na relação entre espaço interior e texto, procura-se uma forma de materialização da memória emocional.
03 de Novembro - 02 de Dezembro de 2011
Megarim-adn, Rua do Centro Cultural, 11 - Alvalade, 1700-106 Lisboa
Horário : Seg / Sex: 9H00-12H30 | 14H00-18H00
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“up side down #2”
Joana Villaverde
Desenho / Instalação
Inauguração : 15 de Setembro pelas19H.
15 de Setembro - 15 de Outubro de 2011
Megarim-adn, Rua do Centro Cultural, 11 - Alvalade, 1700-106 Lisboa
Horário : Seg / Sex: 9H00-12H30 | 14H00-18H00
Neste trabalho, a artista Joana Villaverde continua a explorar sem descanso as zonas de sombra das nossas mentes. Este percurso sem fim, situado no limite da queda onde cada observador fica colocado, é o ponto essencial que nos deve captar. Neste universo onde as referências e as escalas são invertidas, ficamos confrontados com um universo a priori familiar, mas passada esta fase de leitura, sentimos o desconforto instalar-se. A obra de Joana é como um espelho que faz reagir a nossa consciência. O Belo aqui é cru e violento. O traço virulento e a força do gesto absorvem o nosso olhar e obrigam-nos a fixá-lo numa direcção pouco habitual. É neste universo pictural que podemos encontrar a reflexão de muitas das nossas memórias escondidas.
O elemento “ Up side down # 2 ”, apresentado no espaço Megarim em Alvalade, vai estar em diálogo e interacção com o seu complemento “ Up side down ” na Fábrica Braço de Prata, em Marvila. “ Up side down # 2 ” é ao mesmo tempo o antes e o depois da intervenção de Marvila.
Estas duas propostas são o culminar de um diálogo silencioso ao longo de uma caminhada sofrida, para onde a artista nos convida.
FZ
Projecto Megarim-adn
De uma aproximação de agentes e intenções surge o projecto Megarim-adn, que tem como objectivo favorecer a disseminação das Artes e o diálogo entre estas e a Cidade.
Nasce da colaboração entre a empresa Megarim e o programador das Artes Visuais da Fábrica Braço de Prata, numa tentativa de dinamizar a circulação artística entre dois lugares: o espaço Megarim e a Fábrica Braço de Prata.
O apoio à criação artística já vinha sendo concretizado pela Megarim há alguns anos e amplifica-se agora através da abertura do seu showroom como espaço expositivo de trabalho artístico.
A natureza deste espaço expositivo, sendo na sua função usual um lugar de apresentação de objectos luminotécnicos, pode proporcionar aos artistas desafios acrescidos, nomeadamente o de repensar as formas e as matérias do seu trabalho em função da natureza do espaço receptor.
Nesta casa dedicada à LUZ, os criadores terão a possibilidade de experimentar novas vertentes técnicas ligadas a questões de concepção luminosa e, sempre que se justificar, beneficiar do saber e da tecnologia da equipa da Megarim.
Em termos programáticos será dada particular atenção a propostas temáticas que evidenciem a luminescência como possível matéria artística, mas o projecto Megarim-ADN alarga-se a uma diversidade de matérias, formas e expressões.
À margem dos circuitos estabelecidos de apresentação do trabalho artístico, pretende-se desenvolver um novo território de fricção com a arte actual e acrescentar elementos de contaminação à paisagem artística.
O primeiro trabalho a apresentar no âmbito do projecto Megarim-adn será da autoria da artista plástica Joana Villaverde.
Fabrice Ziegler
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A Megarim sempre se associou a projectos culturais ligados às várias artes, através de apoios, parcerias e mecenato, tornando-se reveladoras do nosso adn. Agora num novo ciclo de crescimento e mudança, queremos reforçar esta posição em relação à ARTE, interiorizando no nosso espaço esta manifestação, tornando-o num novo espaço de diálogo e de experimentação.
No contexto sócio-económico-cultural em que nos encontramos - provocar, questionar, pensar, é uma manifestação da nossa forma de estar e uma necessidade urgente da sociedade civil.
A partir de Setembro, o espaço da Megarim será contaminado com interpretações e formas artísticas, que também pela sua descontextualização, terão um papel provocador.
Um projecto e produção em associação com a Fábrica Braço de Prata, através do seu programador das Artes Visuais, a qual desde sempre assumiu um papel interventivo na divulgação das diversas formas artísticas, vêm agora apoderar-se de outros espaços improváveis.
Megarim-adn, nome revelador deste conceito, terá de Setembro a Janeiro a apresentação do trabalho de 4 artistas plásticas, as quais contaminarão o espaço Megarim na Rua do Centro Cultural, 11 - Alvalade.
A primeira inauguração ocorre a 15 de Setembro pelas 19h com o trabalho da artista plástica Joana Villaverde.
Outras intervenções estão programadas e serão anunciadas oportunamente.
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