Inauguração simultânea dia 08/09 - 20H00
Exposição 07/09 - 02/10/2011
“Confinamento, Deslocação e
Migração”
“O Grande Salto” - Exposição Multimédia
“DO DESERTO À CLANDESTINIDADE”
Nelson Garrido - Fotografia
“ColÔmbia, SUDÃO DO SUL e TailÂndia”
Anna Paola Crespi / Sun Ra-Lambert-Baj - Fotografia
“L’immigration aux frontières du droit”
Um filme de Manon Loizeau
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“up side down / de pernas para o ar ”
Joana Villaverde - Desenho e Colagem
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“O Grande Salto”
Isabel Boavida, Stephan Dünnwald e a “Association
Retour Travail Dignité” – ARTD, em Bamako, no Mali
Migração no Mali
O processo tradicional de aquisição do estatuto de homem na sociedade maliana implica uma série de passos e provas de masculinidade. Passar de rapaz, de jeune (jovem), a homem significa que o indivíduo está pronto para assumir responsabiblidades, fundar a sua própria casa e alimentar mulher e filhos. Isto requer meios que nem sempre são acessíveis a agricultores e pequenos comerciantes, com rendimentos baixos.
A migração é o meio que se oferece aos jovens para ganhar dinheiro, e para ganhar mais dinheiro do que na sua terra natal. A migração é, com efeito, a principal via para os jovens passarem o limiar da idade adulta e se tornarem membros respeitados da comunidade, trazendo não só dinheiro, mas também experiência do mundo. Como aparece social e culturalmente ligada à concepção da masculinidade, a migração internacional no Mali é um fenómeno predominantemente masculino.
A migração para a Europa, apesar de todas as dificuldades, é entendida, há muito tempo, como a oportunidade de ganhar muito dinheiro, de alcançar uma fortuna formidável, de maneira que os migrantes retornados da Europa são altamente respeitados. Não quer isto dizer que a Europa seja o destino principal dos emigrantes do Mali: cerca de 90% da migração internacional tem como destinos os países vizinhos, especialmente a Costa do Marfim, e apenas cerca de 5% dos emigrantes se fixam na Europa.
La honte - A vergonha
Quando a migração falha e um migrante regressa de mãos vazias, isso significa que não conseguiu corresponder às expectativas da família. A vergonha que advém do fracasso recai não só sobre o próprio, mas sobre toda a família, em especial os pais.
Embora muita gente no Mali conheça as crescentes dificuldades e perigos que envolvem a migração para a Europa, o migrante falhado é quase sempre encarado como sendo pessoalmente responsável pelo fracasso. É visto como um perdedor, como alguém que não agiu com responsabilidade e que cobriu a família de vergonha. Frequentemente, estes emigrantes que são deportados, são rejeitados pela família e vistos como maudits (malditos).
Por este motivo, os migrantes falhados raramente regressam a casa, preferindo suportar condições miseráveis de vida em Bamako, a capital do Mali. Alguns esperam ganhar ali algum dinheiro, outros sonham repetir a viagem, muitos estão perturbados social e psicologicamente.
Dinheiro perdido
Para além da vergonha, o projecto de migração deixa os migrantes falhados que retornam com uma pesada dívida para pagar e sem os meios para o fazer.
Muitos migrantes fazem várias tentativas para atravessar o Mediterrâneo, num processo que pode durar largos meses, e cada tentativa tem que ser financiada, de maneira que muitas famílias acabam por enviar largas somas de dinheiro para o filho em Marrocos ou na Argélia.
Quando regressa, o migrante deportado é considerado, na maioria dos casos, o único responsável pela dívida contraída. Nas famílias poligâmicas, em especial, o peso da dívida recai sobre os seus ombros e, para a poder pagar, acaba por ter que retomar o caminho da migração.
Anos perdidos
Frequentemente, estes migrantes falhados passaram anos a tentar entrar na Europa, ou foram deportados ao fim de vários anos a viver ali, o que multiplica a sua sensação de fracasso.
Repatriados com vinte ou trinta e tal anos, sem terem atingido o estatuto de homem adulto e de indivíduo digno de respeito nas suas comunidades, são encarados ainda como jovens, não merecedores de assumir responsabilidades.
Assistência aos repatriados
O estado maliano não presta qualquer assistência aos migrantes falhados ou deportados. São as próprias organizações de deportados que tomam a seu cargo as acções necessárias de apoio. Nos últimos anos, especialmente depois dos incidentes de Ceuta e Melilla em Outubro de 2005, quando mais de 400 deportados chegaram ao aeroporto de Bamako, um número crescente de auto-organizações emergiu em Bamako. Destacou-se a intervenção de Aminata Draman Traoré, ex-ministra da cultura e muito considerada presidente do Fórum Social do Mali, que forneceu abrigo e alimento aos deportados, colocando o tópico no campo político. Outras organizações, como a Association Malienne des Expulsés (AME) ou a Association of Deportees of Central Africa in Mali (ARACEM), criaram uma estrutura de apoio estável aos deportados da Europa e dos países do Magrebe.
A assistência dada a estes repatriados consiste, numa primeira instância, em aconselhamento, abrigo temporário, ajuda e alimentação. A um número mais reduzido de pessoas, consoante as necessidades, é oferecido um plano de reintegração, compreendendo formação profissional e integração em projectos de trabalho. Geralmente, porém, a assistência limita-se a orientação e primeira ajuda, não havendo meios financeiros disponíveis para programas de reintegração de longo prazo.
As auto-organizações em Bamako são apoiadas por organizações humanitárias e de direitos humanos europeias, em particular CIMADE e Médecins du Monde, de França, e medico international e Pro Asyl, da Alemanha.
Assistência no aeroporto de Bamako
A AME instalou um serviço de recepção para deportados no aeroporto de Bamako, que cobre os voos regulares com origem em França. Há, frequentemente, entre os passageiros, uma, duas ou três pessoas deportadas, guardadas por até 10 homens da polícia francesa. Após registo no aeroporto, os deportados são deixados por conta própria pelos polícias. Mahamadou Keita, o assistente da AME, entra, então, em cena, tenta acalmá-los e explica-lhes o tipo de ajuda que a AME pode oferecer. Esta inclui o transporte até à cidade, um colchão num quarto e comida no escritório da associação. A ajuda mais importante e significativa consiste no acompanhamento do repatriado junto da família, explicando a situação de modo a garantir que o seu regresso neste quadro particular seja minimamente compreendido e aceite.
Bamako
A capital do Mali, Bamako, é actualmente um centro urbano em crescimento rápido e um ponto nodal de imigração e emigração. Como a vida social está ligada à rua, ao pátio, ao terreiro, Bamako expande-se rapidamente. Uma zona que ficava na periferia da cidade ainda há dez anos, é hoje mais um bairro dentro do vasto tecido urbano. À parte alguns poucos programas de habitação governamentais (chamados ATT-bougou, sendo ATT as iniciais do presidente), a construção de casas resulta frequentemente de investimentos feitos por migrantes. As famílias de emigrantes costumam construir grandes casas de dois ou três pisos, chamadas villa, e também investir em apartamentos para arrendar.
Para circular e vencer as crescentes distâncias na cidade, os habitantes de Bamako não só utilizam transportes colectivos, como os «Sotrama», mas também dependem cada vez mais, por causa do aumento substancial da densidade de tráfego, de motocicletas baratas de origem chinesa, as «Jakartas». A cidade está dividida pelo rio Níger e uma terceira ponte, construída por uma companhia chinesa, veio felizmente aliviar os engarrafamentos.
Embora ainda exista a ligação ferroviária entre Bamako e Dakar, o transporte de longa distância depende maioritariamente das estradas que ligam Bamako a outras capitais na sub-região. Um dos lugares mais animados em Bamako é, por isso, a estação central de camionagem em Sogoninko.
Para mais informação
Rede euro-africana para a migração.
Organização francesa para refugiados e migrantes sem papéis.
Organização alemã para observação e intervenção no Mediterrâneo.
Rede de activistas europeus e africanos para a livre migração.
Rede europeia anti-fronteiras.
Blogue com informações para imigrantes, refugiados, sem papéis.
Projecto italiano para a promoção dos direitos dos migrantes.
Associação portuguesa pela defesa dos direitos dos imigrantes.
Campanha A flotilla to stop deaths in the Mediterranean.
“DO DESERTO À CLANDESTINIDADE”
Nelson Garrido - Fotografia
São 800 km que dividem a Mauritânia das Canárias. Oitocentos km que todos os anos são percorridos por milhares de emigrantes clandestinos em busca do que pensam ser o paraíso: a Europa. Para eles, a distância é sinónimo de esperança. Ainda que muitos morram, outros sejam repatriados e poucos consigam ficar.
Andámos 9000 km de estrada durante 20 dias à procura dos sonhos e dos pesadelos da
emigração.
Vêm de todos os cantos da África subsariana. Saem do Senegal e do Mali, para a costa da Mauritânia, Marrocos e Sara Ocidental. O seu objectivo é tentar a sorte no embarque das famosas pirogas.
Percorrem milhares de km numa viagem atribulada por terra. Sem horários, paragens e
bilhetes programados, viajam como podem: à boleia, muitas vezes em camiões apinhados de gente.
As localidades à beira destas estradas parecem povoadas de almas em transição, num espaço sem tempo e sem futuro. Que, quando existe, só se mostra depois da tão esperada viagem.
À chegada à costa da Mauritânia, na capital Nouakchott ou em Nouâdhibou, a espera alonga-se por mais algum tempo. Os emigrantes chegam a estar meses à espera, em bairros degradados, que os chamem para o embarque.
Os últimos dias desta espera é muitas vezes feita a custo em escarpas de difícil acesso, junto ao mar, onde se escondem de tudo e todos.
Na Europa chegam a esperar três anos para conseguirem papéis. Muitas mulheres atravessam grávidas, na esperança de ser mais fácil legalizarem-se e ficarem.
Encontrámos vários clandestinos em Algeciras, Espanha, apoiados pelo famoso padre Pateras, a viverem em más condições para os padrões europeus. Mas ainda assim muito melhor do que viveriam nos seus países de origem.
Reportagem realizada em colaboração com o Centro de Estudos Africanos, uma unidade de investigação da Universidade do Porto.
“Colômbia: Surviver ”
Desafio das comunidades aborigines
Anna Paola Crespi
O Katio Embera, Embera Chami, fazem parte dos 34 programas de aborígenes colombianos pessoas especiais que necessitam de protecção internacional, porque eles estão em sério risco de extermínio, físico e cultural. O conflito armado interno que inflama décadas na Colômbia teve um impacto devastador sobre população, incluindo os povos indígenas, provavelmente invisível para os principais interessados internacionais, que são marginalizados, instrumentados e exterminados.
Comunidades de povos aborígenes que vivem em grande parte em áreas florestais e território montanhoso da Colômbia continuam a ser sujeitas a graves violações dos direitos humanos (individuais e coletivas), bem como o direito internacional humanitário.
Seus territórios ancestrais, supostamente protegidos por acordos internacionais, é constantemente violado em ambos os grupos armados ilegais, que lutam para controlar o mercado de drogas, que o governo por ativistas que têm um inimigo todos os grupos armados ilegais. Grandes empresas multinacionais desempenham um papel fundamental no cenário do conflito, com todas as partes interessadas antes de determinar econômica, de fato, o cenário de Geopolítica Pais.
Muitas vezes maiores riquezas estão nos territórios “inviolável e protegido” Povos Indígenas. Não é difícil imaginar os líderes da comunidade que estão corrompidos pelas multinacionais, não é difícil imaginar os jovens das comunidades que são levados pela guerrilha e são obrigados a seguir a luta. Enquanto isso, soldados do exército colombiano tratar os nativos como guerrilheiros ... e os autores de violações do direito humanitário internacional e protocolo da Convenção de Genebra ...
Combates entre armados FARC como resultado do deslocamento e isolamento das comunidades. Acesso à terra privada (muitas vezes declínio do anti pessoais), privado de liberdade, cultura, aterrorizada pelos combates, as comunidades indígenas são forçados a abandonar seus territórios e buscar proteção em outro lugar. Muitas vezes eles acabam em grandes cidades, mendicância, prostituição e ser marginalizados mannered ainda mais trágico. Em outros casos, eles são confinados a uma parte limitada da floresta ou eles não podem cultivar ou caçar animais para alimento. As crianças são constantemente mal nutridas, os homens muitas vezes deprimido, alcoólatra e desespero.
O ACNUR no vídeo são meus ex-colegas, foi longa caminhada assoreamento na floresta!
ONIC (Organização Nacional Indígena colombianos): O ONIC acrescentou que 50% dos povos indígenas foram ameaçadas e território colombiano denunciou um etnocídio cultural real e físico intensificando por vários anos. “Depois de possuir vários séculos todo um continente, os nativos estão prestes a desaparecer, e pelo menos 35 grupos étnicos estão diretamente ameaçados”, denunciou o porta-voz da Organização Nacional Indígena da Colômbia. A organização, ONIC indígenas criadas no início dos anos 80, assegura que na Colômbia há 102 “povos indígenas” ou etnias indígenas, com um total de 2 milhões de pessoas no 45.270 mil pessoas que vivem nesta nação andina.
Embera Katio:
“O Embera-Katio estabelecer em aldeias e as suas características culturais são semelhantes aos encontrados para o Embera. Geralmente considerado como o povo Embera de Embera Dobida rio-e-montanha homens como eyábida-Embera, estes últimos são os Katío Embera o Chami Embera e Alto Andagueda. O rio, ao longo do qual eles constroem suas fazendas de laticínios também é uma parte importante da sua visão de mundo “
Na Internet:
Nome alternativo: Catie, Katie, embena, eyabida Idioma: pertence à família linguística Chocó.
LOCALIZAÇÃO
A tribo está localizada nos departamentos de Córdoba, no rio Sinu, Esmeralda e Rio Verde, no noroeste de Antioquia, onde a maior concentração de população no Chocó, na estrada Quibdo-Medellin, também são nos departamentos de Caldas e Putumayo. Parte do seu território ancestral coincide com o Nacional Paramillo Park, dentro dos limites dos departamentos de Córdoba e Antioquia.
POPULAÇÃO
Sua população estimada é de 32.899 pessoas.
CULTURA
O Embera-Katio estabelecer em aldeias e as suas características culturais são semelhantes aos encontrados para o Embera. Geralmente considerado como o povo Embera de Embera Dobida rio-e-montanha homens como eyábida-Embera, estes últimos são os Katío Embera o Chami Embera e Alto Andagueda. O rio, ao longo do qual eles constroem suas fazendas de laticínios também é uma parte importante da sua visão de mundo.
HABITAÇÃO
Esta casa, tradicionalmente conhecido como tambo, consiste de uma armação de madeira de circular ou retangular, construído sobre palafitas a uma altura de 1,50 metro ou dois acima do solo com um telhado cónico de folhas de palmeira. Ele sobe numa árvore para que ele forma uma dentada para fazer passos. Na maioria das vezes os tambores não tem divisões internas e paredes externas, o piso é feito de starlets de palma em uma base de terra é construído em torno do fogão e as atividades diárias são realizadas dia e noite.
Note-se que cada casa é geralmente isolados, embora em alguns casos são duas ou três tambores juntos, pertencentes a membros do mesmo agregado familiar. Eles estão sempre localizados nas margens de um rio que serve como um meio de comunicação e um lugar para atividades chuveiro e recreação. O mobiliário doméstico consiste principalmente de cestas, uma grande variedade de materiais, formas e tamanhos de acordo com suas funções:
pequenos bancos, prateleiras e outros objetos de madeira e palmeiras, o armazenamento da casca moldados ou produtos vegetais descansar durante a noite.
A maioria dos produtos são fabricados móveis por si mesmos a partir de materiais nativos da região que satisfazem necessidades básicas. A estes se agregam, para os últimos anos, alguns produtos de produção industrial comprado em centros de comércio local, panelas de alumínio, plástico e recipientes de vidro, pedaços de tecidos para vestuário e adornos, máquinas de moagem, ferramentas de ferro e aço como facões, machados e armas de fogo, lanternas, rádios e gravadores, e na maioria dos casos, motores de popa.
Organização sociopolítica Embera KATIE
O eixo da organização social é a família nuclear o pai que ainda detém a autoridade central em questões domésticas e familiares. Parentesco é bilateral, linha, ou seja materna e paterna. A comunidade é dividida em grupos locais de parentes e vizinhos, moradores das casas vizinhas, aqueles que participam em comum atividades sociais, como coletivo-ming trabalho e festas. O sistema de trabalho pode ser individual para plantar em suas fazendas ou comunidade.
Como no Embera, o Jaibaná desenvolve trabalho de grande importância na organização social. Seu conhecimento de “Jai” ou essência dos seres e das coisas, permite que você tenha um reconhecimento que se espalha amplamente na região. Ao contrário de outros grupos não nascem um Jaibaná. Para exercer as suas funções requer um processo de aprendizagem que ensina canções Jaibaná outros, a construção de varas e formas de comunicação com os espíritos.
Sua organização política é baseada em capítulos maiores e menores, agrupados na Organização Indígena de Antioquia, OIA.
ECONOMIA
Sua economia é sustentada pelo cultivo de milho, seguido de bananas.
Extrato de farinha de milho chamado de “Mom”. Também é notado por ser bons caçadores, trabalho feito por homens, enquanto as mulheres envolvidas em home care, pesca, horta e criação de pequenos animais. Os cães são empregados na caça.
“Sudão do Sul ”
Sun-Ra Lambert-Baj
Contexto Sudão do Sul
Durante o Acordo de Paz Global (2005-2011) o povo do Sudão do Sul provou estar em condições de ter eleições pacíficas, um referendo pacífico e uma declaração de independência pacífica. Nesta certeza, em 9 de Julho de 2011, depois de uma longa guerra civil (1983-2005) que deixou mais de um milhão de mortos e vários milhões de deslocados, nasceu finalmente o mais novo Estado do mundo, a República do Sudão do Sul.
A esmagadora maioria da sua população é constituída por pessoas deslocadas dentro do país, repatriados do norte do Sudão e refugiados que percorreram grandes distâncias para voltar à sua pátria. O Sudão do Sul é uma terra impressionante, com um povo hospitaleiro que, apesar das suas vastas reservas de petróleo e outros recursos naturais, enfrenta tremendos desafios sócio-económicos num ambiente pós-conflito. Encontra-se entre os níveis mais baixos nos indicadores de pobreza humana, com taxas particularmente elevadas de mortalidade infantil e analfabetismo. O legado da guerra civil lança ainda a sua sombra sob a forma da proliferação de pequenas armas e armamento leve nas mãos de civis. Tensões entre as comunidades rurais, outrora solucionadas através de meios tradicionais, são agora resolvidas por uma juventude que detém Kalashnikovs. Conflitos sobre o acesso à água, pastagens, gado de dotes e ataques por vingança fazem frequentemente centenas mortos em cada confronto. Paradoxalmente a maioria das pessoas, mesmo aquelas que detêm armas, expressam um forte desejo de ter paz. Tornar a paz uma realidade é uma tarefa para todos no processo de formação do novo estado.
“Tailândia - Quotidiano dos
migrantes e refugiados ”
Anna Paola Crespi
Quando chegamos ao Acampamento de Refugiados TBBC não reconhecemos de imediato a diferença entre as aldeias da área rural e o acampamento de casas de madeira na colina. A primeira impressão pode ser relativamente positiva. Ali existem casas, de facto, e não tendas de plástico como estamos acostumados a ver na zona de conflito. Mas essa impressão é realmente enganosa, tal como quando entramos no campo e os nossos olhos curiosos cruzam muitos outros olhos, frustrados, solitários, deprimidos.
Quando começamos a falar com as pessoas ficamos com a sensação de que a vida no campo não tem sentido.
A miséria das infra-estruturas, a falta de condições de higiene chamam a atenção para as condições de extrema pobreza dos seus habitantes. Entre eles podemos encontrar activistas de direitos humanos, dissidentes do regime, que podem ter abandonado uma casa e profissão confortáveis para acabarem na situação de sobrevivência perigosa e na espera de uma mudança.
Os dias são extremamente longos e repetitivos. Não é possível sair, não há direito ao trabalho ou à utilização do potencial de cada um. Apesar da Tailândia não ser membro da Convenção de Refugiados de 1951, o país ainda hospeda refugiados na fronteira da Tailândia com Mianmar, gerida pelo ACNUR ao longo das últimas quatro décadas. A Tailândia ainda é um grande país de asilo, abrigando cerca de 1,3 milhões de refugiados. Números recentes emitidos pelo ACNUR apontam para cerca de 100.000 refugiados de Myanmar registados e cerca de 53.000 não registados. (Números do site do ACNUR)
Novos grupos de migrantes entraram na Tailândia no ano passado, vítimas dos combates na zona fronteiriça do sudeste de Myanmar. Em geral, os alvos desta violência são grupos étnicos, tais como os Cristãos karen, que recebem ameaças constantes por parte do exército governamental e do exército budista democrático karen.
O ACNUR e o governo da Tailândia tendem a identificar dois grupos entre os requerentes a asilo que atravessam as fronteiras:
a) os “estudantes” que fugiram das áreas urbanas da Birmânia depois da revolta de 1988 e cujas alegações de perseguição política não foram contestadas
b) os refugiados de minorias étnicas que eram considerados como “temporariamente
deslocados.”
A distinção entre os dois grupos foi de algum modo injusta e conduziu a um sistema de protecção fraco, com as minorias étnicas a receber ainda menos protecção do que os “estudantes”. A situação dos refugiados e requerentes a asilo que vivem fora dos campos é constante e brutalmente desafiada. São, na verdade, considerados migrantes ilegais sob a lei tailandesa, estando, portanto, em risco de prisão, detenção e deportação, numa violação do princípio do non-refoulement.
O non-refoulement é uma parte do direito consuetudinário internacional e dos tratados internacionais de direitos humanos que a Tailândia ratificou. Várias conclusões do ExCom (Comité Executivo) reafirmam que o princípio do non-refoulement faz parte das obrigações devidas aos refugiados por toda a comunidade internacional.
Ao mesmo tempo, a Tailândia abriga mais de um milhão de trabalhadores migrantes ilegais, cerca de 75 por cento dos quais são birmaneses. Durante anos, esses trabalhadores, têm sido direccionados para os trabalhos mais perigosos e mais mal pagos na Tailândia, encorajados pela comunidade empresarial tailandesa, assim como pelo Governo. Muitas crianças estão constantemente a atravessar as fronteiras, em busca de uma vida melhor, algumas vêm com as suas famílias, outras vêm sozinhas, outras ainda nascem em território tailandês de migrantes birmaneses. Estas crianças enfrentam múltiplos riscos de protecção e não lhes é atribuído quase nenhum direito. As escolas para crianças migrantes são mantidas por ONGs na fronteira tailandesa.
Consideradas migrantes ilegais, essas crianças não têm direito a ir às escolas tailandesas ou usar os serviços de saúde tailandeses. Entre essas ONGs existe o Orfanato H2O, onde foram feitas algumas das imagens para a exposição.
Definição de refugiado
De acordo com o direito internacional, um refugiado é definido como qualquer pessoa que:
... devido ao receio justificado de ser perseguido por motivos de raça, religião, nacionalidade, pertença a determinado grupo social ou opinião política, esteja fora do país da sua nacionalidade e não possa ou, em virtude desse receio, não queira valer-se da protecção daquele país ou que, não tendo nacionalidade e estando fora do país da sua anterior residência habitual ... não possa ou, em virtude desse receio, não esteja disposto a voltar a ele.
A pedra angular da protecção dos refugiados é o princípio de non-refoulement, que prevê que nenhum refugiado deve ser devolvido a um país onde possa enfrentar perseguição por motivos de raça, religião, nacionalidade, opinião política ou por pertencer a um determinado grupo social.
Para que este princípio tenha significado na prática, os estados devem ter regimes jurídicos em que os direitos e responsabilidades dos refugiados e dos seus governos de acolhimento são reconhecidos e que estabelecem um mecanismo de triagem justo para determinar se uma pessoa ou grupo apresenta uma reivindicação válida ao estatuto de refugiado.
Estas fotografias foram tiradas perto da fronteira entre a Tailândia e a Birmânia e representam a vida quotidiana de:
• Comunidades Muçulmanas do bairro pobre de Mae Sot
• Uma escola para as crianças migrantes em Mae Sot
• O Orfanato H2O em Um Pang
“L’immigration aux frontiéres du droit ”
Un filme de Manon Loizeau
En France, depuis 2003, de nouvelles directives ont introduit la notion de “quotas d’expulsions” à remplir chaque année. Ces objectifs, chiffrés pour la première fois dans l’Histoire, suscitent de violentes critiques. Les opérations d’expulsion parfois jusque dans des écoles ont peu à peu conduit des citoyens à basculer dans la désobéissance civile contre ce qu’ils appellent “la politique du chiffre”. Nous suivons des cas emblématiques de sans-papiers pris dans les rouages administratifs et judiciaires vers une régularisation, seul synonyme de tranquillité et de retour à une vie normale. Guilherme, Viliène et Ardi sont soutenus par des parents d’élèves, des professeurs ou encore le corps médical d’un centre de soins en Lorraine. Des femmes et des hommes qui nesont ni militants, ni politisés, mais qui un jour ont été touchés par l’arrestation d’un père conduisant ses enfants à l’école, d’un voisin, par l’exclusion d’un enfant malade.
Le film établit un fil narratif à deux voix. Celle de la société civile entrée en résistance face à la politique des quotas, mais aussi la voix de ceux chargés de faire respecter la loi. Au-delà des considérations militantes, le film met au jour les rouages de la politique d’immigration en France et en questionne les cadres légaux. Cette frénésie du chiffre est-elle vraiment une solution au problème de l’immigration ? Est-elle applicable sans conduire à des dérives ?
Centre de rétention : la machine à expulser
Le webdocumentaire LA MACHINE A EXPULSER vous offre une plongée inédite dans le dispositif complexe et déshumanisant des Centres de Rétention Administrative.
“up side down / de pernas para o ar ”
Joana Villaverde - Colagem sobre papel
SÃO QUATRO DESENHOS.
SÃO COLAGENS DE HITÓRIAS ANTIGAS.
SÃO INTERIORES IMPOSSIVEIS.
SÃO ESCALAS ERRADAS.
SÃO O QUE TINHA QUE SER.