MAIO 2012


Maio 2012
Artes Visuais



Inauguração 02/05 - 19H30 
Exposição 02/05 - 03/06/12




ROSA BARBOLLA GARCÍA e
ISABEL SAOUSA CARVALHO
“ Tierra y Cielo a la sal ” 
( Terra e Céu ao sal ) - Exposição/Instalação de Ceramica

ANASTASIA VOLKHOVSKAYA e
YANA FEFELOVA 
“Cartas para Eliza” - Livro e Pintura

FILIPE BRAZUNA aka AYER
“I Want To Be A Zebra” - Desenho

BERNARDO PACHECO
- Exposição de Desenho


Continuam

Colectivo BU 
“Work in progress” - Poesia Visual

Documentários

Screening Art-21
“Art in the Twenty-First Century, Season 6
- Projecção 16 Maio 19H 30 e 23 Maio 19H30.



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Rosa Barbolla García e Isabel Sousa Carvalho 

“ Tierra y Cielo a la sal ” 
( Terra e Céu ao sal ) - Exposição/Instalação de Ceramica
Terra , Água, Ar, Fogo...e uma pitada de sal!
São estes os elementos assenciais para esta breve residência artisca na Fabrica Braço de Prata pois são os 4 elementos fundamentais, quase imprecindiveis para .a  ceramica.

As duas ceramistas iniciaram a sua amizade em Albelda, Espanha, num workshop em que ambas participaram há alguns anos.
Desde então o mail foi a forma previligiada para partilhar à distância conhecimentos e resultados das cozeduras que foram fazendo.
Neste tipo de cozeduras é o Fogo que tem a última palavra, a forma como os engobes e os sais  se combinam entre si e com o fogo depende a «magia» final das peças feitas a partir da terra (pasta ceramica).

A idéia de trabalharem juntas existe deste sempre, mas a anterior visita de Rosa a Lisboa, em que esta se apaixona pela luz da cidade e decide desenvolver um projecto loca,l  marca em definitivo a data desta residência.
Rosa Barbolla García:  rosax36@yahoo.es
 Isabel Sousa Carvalho:  isc.ceramics@gmail.com



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Anastasia Volkhovskaya e  Yana Fefelova 

“Cartas para Eliza” - Livro e Pintura
O projeto artístico consiste num livro e nas suas ilustrações e aborda os temas da autodescoberta e da autoaceitação.
O livro da autora russa Anastasia Volkhovskaya foi escrito com o objectivo ajudar os adolescentes a evitarem os falsos ídolos e a encontrarem o seu lugar no mundo contemporâneo. Após receber um postal lindíssimo, a escritora decidiu contactar a autora desse postal, Yana Fefelova, e desafia-la a fazer as ilustrações para o livro. Surgiu assim um tandem artístico que hoje apresenta a obra completa.
Serão aí expostos os 20 quadros-ilustrações (acrílico, 40x60 cm) e será apresentado ao público o livro, quer em russo, na sua versão original, quer em português. Este projeto internacional pretende chamar a atenção para a arte moderna e para a literatura russa contemporânea, bem como estreitar os laços interculturais entre a Ucrânia, Rússia e Portugal.
O projeto teve o apoio de atores do elenco da telenovela “Rosa Fogo”, tais como Ana Padrão, André Nunes, Helena Laureano e Pedro Cunha, que tornaram possível uma versão áudio das cartas e que será apresentada ao público no dia da inauguração.
Apresentação do livro no dia 2 de Maio.

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Filipe Brazuna aka Ayer

“I Want To Be A Zebra” - Desenho
O Tudo e o Nada; A junção de todas as cores e a ausência de cor; o Yin e o Yang...
A ideia de fazer esta exposição surgiu no conceito do Yin-Yang, que representa o principio da dualidade.
Segundo este princÌpio, duas forças complementares compõem tudo que existe, e do equilíbrio dinâmico entre essas duas forças surge todo movimento e mutação.
Embora, se possa numa primeira análise pensar que o tudo e o nada, o branco e o preto, a luz e a escuridão, o dia e a noite, são forças antagónicas, depressa nos apercebemos que são apenas forças que se complementam uma à outra, pois sem uma não existiria a outra, ou mesmo que existisse nunca seriamos capazes de a definir.
Nesta exposição, onde são utilizadas apenas as cores preta e branca, o objetivo reside em integrar essas duas forças, e delas fazer um todo através de ilustrações que retratam os mais diversos temas.


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Bernardo Pacheco

- Exposição de Desenho
Obra - Sem dúvida um projecto original, com uma visão estritamente pessoal. A sua obra reúne sobretudo retratos simplistas, em cartão e tinta de cor preta, recorrendo apenas à cor, instintivamente. 
O seu desenho comporta uma realidade caricaturada enraizada na técnica de BD. Embora composto apenas de imagens fortes e traços impetuosos. Neste universo surgem personagens que se encontram em situações do quotidiano contemporâneo. Em algumas destas ilustrações podemos observar também um imaginário ligado ao universo musical. No inicio deste ano 2012, a sua técnica expandiu-se e transformou-se  na utilização de imagens de grandes cidades sobrepondo as suas personagens nesses ambientes cosmopolitas.

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Continuam
Colectivo BU

“Work in progress” - Instalação/Site Specific
Ao travar conhecimento com este espaço, surgiu-nos a ideia imediata de o trabalhar como algo contínuo, onde ao longo do tempo construiremos um projecto e uma relação crescente e envolvente com quem passa. Assim, este será, sobretudo, um lugar de experimentação.
Esta experimentação relacionar-se-á e terá por base a palavra. Tal como o espaço que nos propomos a ocupar, quase sempre relegado a não lugar, lugar de passagem, também as palavras são geralmente consumidas dessa forma. Estas são sempre tratadas como meio e raramente como fim. Desta forma, transformando a sala continuamente, devolvemos, a ambas, o protagonismo merecido.
Neste espaço dedicado à experimentação desenvolveremos constantes jogos de palavras, procurando sensibilizar quem passa para a sua imensa plasticidade e versatilidade.
A palavra será apreendida através de todos os sentidos. Será um work in progress de uma relação estreita entre palavras, sentidos e quem passa.
Através de diferentes projectos, que no final se tornam um só, tentaremos que os cinco sentidos sejam multiplicados em tantos quantos a imaginação construa neste espaço sensorial.
Tal qual a palavra, nós apenas forneceremos a faísca inicial para um viagem que se promete memorável.



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Documentários
Screening Art-21
“Art in the Twenty-First Century, Season 6


Art in the  Twenty - First Century,  Season 6 

- Projecção 16 Maio 19H 30 e 23 Maio 19H30.
Entrada Livre

Featured artists: Marina Abramovic, Ai Weiwei, David Altmejd, El Anatsui, assume vivid astro focus, Lynda Benglis, Rackstraw Downes, Glenn Ligon, 
Robert Mangold, Catherine Opie, Mary Reid Kelley, Sarah Sze, and Tabaimo

Season Six Marks Ten Year Anniversary for Peabody Award-winning
Documentary Series, 100 Artists Profiled to Date
New York, NY — January 4, 2012 — The sixth season of “Art in the Twenty-First Century,” the Peabody Award-winning, biennial public television series produced by Art21 that presents 
exclusive documentary profiles of the most iconic artists working today, premieres nationally on PBS on Friday, April 13 at 9:00 p.m. (ET), Art21 announced today. Among the artists featured in the new season is Ai Weiwei, the celebrated Chinese artist whom Chinese authorities arrested in April last year and later released after 81 days of detention, charging him with a $2 million tax bill. He has been embraced by human rights activists internationally as a symbol of the struggles in China regarding freedom of expression.
Ai’s detention occurred in the middle of Art21’s production for his segment, threatening to prevent him from personally appearing in the episode to speak about his work. Art21 was able months later 
to arrange one of the first on-camera interviews with Ai Weiwei after he was released. Exclusive excerpts of the interview are available online at art21.org. 

“Art21 has always presented contemporary art as a vital means of education, expression and communication,” said Susan Sollins, Executive Director of Art21.
“That Ai Weiwei’s work galvanized human rights activists in China, and worldwide, is a dramatic reminder of the power of artists to engage deeply with the challenges of our times. We are very proud to include him speaking to us from his Beijing studio in this sixth season of “Art in the Twenty-First Century,” and equally proud of the participation of all the featured artists in Season Six, each of whom serves as a powerful role model for creative thinking.”
In addition to Ai, artists featured in Season Six are Marina Abramovic´; David Altmejd; El Anatsui;  
assume vivid astro focus; Lynda Benglis; Rackstraw Downes; Glenn Ligon; Robert Mangold; 
Catherine Opie; Mary Reid Kelley; Sarah Sze; and Tabaimo.

Season Six marks the tenth anniversary of “Art in the Twenty-First Century” on PBS. Over the past decade, the series has profiled a diverse group of 100 internationally recognized artists, including Robert Adams, John Baldessari, Matthew Barney, Cai Guo-Qiang, Jenny Holzer, William 
Kentridge, Jeff Koons, Maya Lin, Gabriel Orozco, Cindy Sherman, Richard Serra, Yinka Shonibare MBE, Nancy Spero, and Kara Walker, and with unique program introductions by Laurie Anderson, 
Merce Cunningham, David Alan Grier, Barbara Kruger, Steve Martin, William Wegman, and others.


The premiere episode, “Change,” airing April 13(US), features Ai Weiwei, El Anatsui and Catherine Opie. The artists in this hour bear witness, in their work, to transformation—cultural, material, and aesthetic—and actively engage communities as collaborators and subjects. Opie visits her childhood hometown of Sandusky, Ohio, for a series of photos of Lake Erie taken during different seasons for a permanent installation at the Cleveland Clinic, and photographs shopkeepers in the Los Angeles neighborhood near her current home. In his studio in Nigeria, Anatsui oversees young studio assistants from the local community who work with him to create sculptures made from bottle caps, a found material from discarded liquor bottles that Anatsui began working with for the aesthetic properties of the caps, which also can allude to the role of international commerce in African history.
During his incarceration, Ai Weiwei’s assistants, E-Shyh Wong and Inserk Yang come to New York in his place for the unveiling of Ai’s public artwork near Central Park “Circle of Animals/Zodiac Heads.” Wong and Yang provide insight into his working processes and their belief that neither they nor we should remain silent about his detention. During his September 2011 interview with Art21, Ai comments on his marble sculpture of a surveillance camera, an object increasingly present in modern life in all societies, which, he says is used to “secretly monitor people’s behavior”. “But once it’s marble” he continues, “it’s only being watched. It’s not functioning anymore.” [...]

22º POETRY SLAM LISBOA

QUARTA-FEIRA, 25 DE ABRIL DE 2012

Em dia de liberdade rumamos à Fábrica Braço de Prata para mais uma noitada em torno da dita palavra...



às 19h projecção de 'Curtas Palavras'



às 20h Poetry Slam - poesia à desgarrada
3 poemas originais
3 minutos
3 rondas

Já sabes, cada poema declamado vale uma bebida e o prémio para o finalista é um troféu bebível e a partir das 21h30 Open-Mic (c/ participação do colectivo Lábio)

Entrada livre

Info e inscrições aqui ou em poetryslamlisboa@gmail.com 


passa a palavra...

ABRIL 2012

Inauguração 04/04 - 19H30 

Exposição 04/04 - 29/04/12


Eunice Salvador 
“Ad instar” - Exposição de Pintura

MEF - Movimento de Expressão Fotográfica
“A cidade podia começar aqui…”- Exposição Colectiva
Carina Figueiredo, Gonçalo Valverde, João Fernandes, José Simões, Liliana Zuna, Mattia Latini, Sara Magno e Sofia Machado Ferreira

Michel Clair 
“Tourisme en solitaire” - Exposição de Fotografia

Patrícia Infante da Câmara & Nuno Almeida 
“Nanossegundos no Feminino” - Exposição de Fotografia


Colectivo BU 
“Work in progress” - Poesia Visual





Continua ao Fim de Semana

Mirjam 
“aero”- Vídeo Instalação



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Eunice Salvador 

“Ad instar” - Exposição de Pintura
O meu trabalho é de e sobre pintura.
A partir de um exercício contínuo de exploração dos limites da pintura e do desenho, desenvolvo um trabalho envolto em sensações, técnicas e gramáticas específicas. Durante o fazer das coisas, existe uma constante procura de novas modalidades de percepção e representação da realidade. 
Utilizando a gramática da pintura, interessa-me explorar as diversas formas como os nossos corpos vivem determinadas realidades. Sem tomar muitas decisões, sem qualquer programa prévio que necessite cumprir, pois não tenho propriamente um método de trabalho, as coisas acontecem, fazem-se, a partir de encontros e desencontros. Existem infinitas convocações ao nosso corpo, daí a extrema importância das capacidades de intuição, 
atenção e a partir delas uma construção de relações agramaticais em todo o desenvolvimento no próprio fazer.



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MICHEL CLAIR 

“TOURISME EN SOLITAIRE” - Exposição de Fotografias
Un titre : Tourisme En Solitaire, c’est-à-dire, selon le Petit Robert, le fait de voyager, de parcourir pour son plaisir (solitaire ?) un lieu autre que celui où l’on vit habituellement. Il se pourrait bien qu’à délester ainsi les mots de leur poids, on ne veuille amener le spectateur qu’à se frotter au choc des photos. Il se pourrait bien qu’il y ait dans cet euphémisme la même modestie inconvenante et malicieuse que celle qu’exprime Manneken-Pis : tandis que le jet urinaire de Gargantua, dans la générosité de la Renaissance française, fait trembler les cathédrales, le sien, minuscule, se contente de tomber médiocrement dans une vasque coincée entre deux rues, ou encore selon sa légende, d’éteindre un engin explosif ou de railler la prétention des croisés qui, revenant de la croisade, se prenaient au sérieux.
S’il y a une démarche, il n’est pas ici question de voyage au sens strict. Ni pèlerinage, ni croisade, ni promenade, ni déambulation, ni même flânerie surréaliste, mais dérive. « La dérive se présente comme une technique du passage hâtif à travers des ambiances variées », nous dit le situationniste. La pratique de la dérive requiert un renoncement aux motifs habituels du déplacement urbain. Non plus elle ne consiste en un déplacement halluciné : elle requiert une connaissance préalable du milieu auquel on se confronte. Nous sommes donc loin de l’idée du voyage-évasion. S’il y a un laisser-aller, il consiste dans l’expérimentation des effets psychologiques des différentes zones traversées. La dérive relève d’une anthropomorphisation du monde urbain et de ses ruptures. «La dérive, écrit Guy Debord, répondrait plutôt à cette phrase de Marx : «Les hommes ne peuvent rien voir autour d’eux qui ne soit leur visage, tout leur parle d’eux-mêmes. Leur paysage est animé».
Mais comment passer de Guy Debord aux quatre bords du cadre ? Sinon en lui faisant la tête au carré ! Car la photographie ne délivre que peu ou pas de sens. Elle ne récite ni ne relate. Elle réfère peu. Elle est une empreinte photochimique d’un volume de sources lumineuses distantes et localisées, empreintes qui peuvent être éventuellement saisies comme des indices d’objets et d’événements, surtout si elles ont été munies d’index à cette intention. Celui qui pratique ce que Gilles Mora a joliment appelé l’esprit de voyage, a le cadre baladeur qui peut être celui de son viseur avec lequel il joue, ou celui, tout aussi joueur, de son œil formé à la prévisualisation, jusqu’à ce que tout à coup et tout d’un coup, entre ces quatre bords, et à cause de ces quatre bords, quelque chose se tende peut-être et déflagre. Les indices sont alors indexés par le cadre et dans le cadre.
Quels sont donc ces indices, ces empreintes, ces traces ? Ici, des traces post-humaines, des spectres, exclus du lieu, de la durée. Des paysages, des traces humaines laissées par le dernier des hommes, le photographe lui-même, le solitaire.
Il y avait la bête et puis l’arbre et puis l’homme
Quand de la terre heureuse se mit à monter
Une rumeur de vague une voix de rogomme
Mais je ne suis plus là pour vous le raconter
Cela a-t-il été ? Es muss sein, cela est ! Voudriez-vous y voir encore la chambre claire de Roland Barthes, dire que la photographie ici se réfère à un référent, qu’elle est une image quand elle est avant tout une empreinte, que vous courriez à la déconvenue de vous retrouver selon l’expression brutale, à côté de la plaque ! Oui, la photographie est une boîte noire, un mystère, sans savoir jamais trop ce qu’elle nous ménage entre l’entrée et la sortie ! En silence, sans verbiage, voyez plutôt l’anti-chambre claire, l’antichambre Clair… Moi, je délaisse le poids des mots pour ne vous laisser que le choc des photos !
Chris Talldark 2012

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Patrícia Infante da Câmara 
& Nuno Almeida

“Nanossegundos no Feminino” 
- Exposição Colectiva de Fotografia
«Mulheres: gostava da cor das suas roupas; do modo como andavam; a crueldade de alguns rostos; de quando em quando, a beleza quase perfeita dum rosto, encantadoramente feminino.» 
in Mulheres, Charles Bukowski, 1978
A narrativa neste conjunto de fotografias percorre e desafia, a espaços, a dicotomia entre a crueldade e a beleza encantadora, associada a uma imagética do feminino onde as formas e os contornos se esbatem numa atmosfera nebulosa ou, amiúde, se evaporam ou deixam absorver pela escuridão envolvente.
A monocromia carregada, um ponto de focagem suave e difuso, texturas que, mais do que adornar, integram de forma activa o enquadramento e condicionam toda a composição: tornam-se elementos orgânicos com os quais se ensaiam, juntamente com os humanos, estas experiências de aproximação às noções de movimento e a uma certa abordagem escultural da figura feminina.
Nanossegundos do quotidiano são imortalizados nesta visão particular do universo feminino, partilhada pelos dois autores, num acto inconsciente que dilui as barreiras da realidade e trespassa o ponto de origem de cada peça. Rompem-se e esticam-se as fronteiras da formalidade, numa celebração à clareza que nasce do caos e que norteia tanto o método quanto a inspiração mútua que ambos partilham, nos dias e nos sonhos.





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Colectivo BU

“Work in progress” - Instalação/Site Specific
Ao travar conhecimento com este espaço, surgiu-nos a ideia imediata de o trabalhar como algo contínuo, onde ao longo do tempo construiremos um projecto e uma relação crescente e envolvente com quem passa. Assim, este será, sobretudo, um lugar de experimentação.
Esta experimentação relacionar-se-á e terá por base a palavra. Tal como o espaço que nos propomos a ocupar, quase sempre relegado a não lugar, lugar de passagem, também as palavras são geralmente consumidas dessa forma. Estas são sempre tratadas como meio e raramente como fim. Desta forma, transformando a sala continuamente, devolvemos, a ambas, o protagonismo merecido.
Neste espaço dedicado à experimentação desenvolveremos constantes jogos de palavras, procurando sensibilizar quem passa para a sua imensa plasticidade e versatilidade.
A palavra será apreendida através de todos os sentidos. Será um work in progress de uma relação estreita entre palavras, sentidos e quem passa.
Através de diferentes projectos, que no final se tornam um só, tentaremos que os cinco sentidos sejam multiplicados em tantos quantos a imaginação construa neste espaço sensorial.
Tal qual a palavra, nós apenas forneceremos a faísca inicial para um viagem que se promete memorável.


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MEF - Movimento de Expressão Fotográfica
Marvila - Fotografia Documental
Organização e Coordenação Luís Rocha e Tânia Araújo - Exposição Colectiva
Carina Figueiredo, Gonçalo Valverde, João Fernandes, José Simões, Liliana Zuna, Mattia Latini, Sara Magno e Sofia Machado Ferreira
Pode-se considerar fotografia documental a que constitui uma relação com a realidade, a que documenta as condições e o meio em que se desenvolve o homem, tanto de uma forma individual como social.
Com base nesta ideia, o Movimento de Expressão Fotográfica – MEF lançou o Workshop de Fotografia Documental com Laboratório Fotográfico de Preto e Branco, que pretendeu afirmar-se na vertente da investigação, da recolha, da edição e da divulgação da memória colectiva.
“A cidade podia começar aqui” é um trabalho documental sobre Marvila realizado por 8 fotógrafos que apresentam um conjunto 55 imagens a preto e branco realizadas no formato de 35mm.

Movimento de Expressão Fotográfica

A cidade podia começar aqui…

Vamos embarcar na ilusão e imaginar que era em Marvila que Lisboa começava: nas casas ainda baixas, nas hortas urbanas, na tasquinha a que a dona gosta de chamar café, na casa do povo onde não se esquece o nome de ninguém, na feira onde se vendem santos e balões e se passeiam senhoras e ladrões. Quem passa por Marvila, com os olhos do passageiro do 28, não vê para além dos prédios opacos e indistintos, dos contentores empilhados e dos armazéns há muito devolutos.

É, por isso, sempre preciso ir para além do caminho mais percorrido, que nos permite ver pequenos mundos através de uma película de 35 mm.
Em mais uma viagem foto-documental do Movimento de Expressão Fotográfica – MEF, embarcaram 8 fotógrafos do Workshop de Fotografia Documental com Laboratório Fotográfico de Preto e Branco que tentaram, com este trabalho, estabelecer uma relação descomprometida e isenta com alguns aspectos de Marvila, quer individuais quer colectivos, recolhendo provas sobre uma realidade que desaparece e ressurge, ao ritmo de um tempo que não parece mais ser o seu.

Pretende-se, com este conjunto de 58 imagens a preto e branco realizadas no formato de 35mm, contribuir para a divulgação da memória colectiva desta freguesia, captando editando e divulgando um trabalho que representou, para cada um, a descoberta de inesperados microcosmos de significado pessoal. A cidade podia mesmo começar aqui…
A Tasca

Carina Figueiredo

No emblemático edifício do Abel Pereira da Fonseca, no Poço do Bispo, sobrevive uma tasquinha à moda antiga, onde todos se conhecem, onde todos são bem-vindos. E gente nunca falta, ora para beber um penalti, ora para comer uma patanisca! E por trás do balcão de pedra a Dona Anabela e a Dona Aduzinda sempre prontas para se “meterem” com quem por lá passa.

Hor(t)as

Gonçalo Valverde
Mais que um local de cultivo, as Hortas Urbanas do vale de Chelas são um local de passagem e de paragem, de estar e sentir. Passagem de transportes, passagem de estações, passagem de pessoas e de horas.
Muitos passam diariamente por aqui, de metro, carro, comboio, sem sequer verem este aparente paradoxo de uma horta na cidade.
Ou observam o paradoxo entre a mascote do fast food num local paradigmático do slow food.
Mas o microcosmos que aqui se alberga, muito mais rico que o que uma visão externa permite vislumbrar, apenas se abre a quem se aproxima e quebra a barreira do desconhecido.
Descobre o convivio e a simpatia, descobre a pão a ser cozido de maneira tradicional num forno de lenha, o cultivo da cana de açucar em plena capital europeia, o cruzamento de culturas africanas e do interior português.
Descobre acima de tudo a passagem das horas como que numa fuga a uma urbanidade que já nada tem para dar a muitos dos que aqui ocupam o seu tempo.


Feira do Relógio

João Fernandes
A emblemática Feira do Relógio realiza-se todos os domingos entre o supermercado Feira Nova, em Chelas e a Av. Marechal Gomes da Costa.
Nela pode comprar-se de quase tudo. E parece nunca existir um momento morto quando a visitamos.



Graffiti na Fábrica

José Simões
Por de trás dos muros de sempre revelam-se imagens novas, que se inscrevem nas superfícies irregulares que circundam a Fábrica. Traços múltiplos, e à primeira vista desorganizados, conferem às paredes anódinas um sentido artístico inusitado, num caleidoscópio de cores que se impõe mesmo aos mais distraídos.
Algumas imagens são reconhecíveis, outras nem tanto, fazendo apenas sentido para quem decidiu, mesmo que temporariamente, deixar a sua marca neste lugar.
jav.simoes@gmail.com

A Casa de Castro Daire

Liliana Zuna
A Casa de Castro Daire, de portas abertas desde 1991 em Marvila, é a proposta para se reunirem os conterrâneos deste Município e todos aqueles que queiram descobrir ou redescobrir a cultura deste lugar. Nas suas actividades, transportam e divulgam os seus interesses, as suas memórias e não faltam abraços e conversas saudosas de quem partilha da mesma “casa”. Nas festas, a propósito da confraternização, aos ranchos que não deixam a voz calar, é a celebração da tradição e costumes que aqui se faz num espírito aberto e absolutamente contagiante.



Lisbona, esplorazioni suburbane

Mattia Latini
Tende, preventivamente, a excluir-se a existência de lugares fotograficamente interessantes nas periferias populares. Este trabalho nasce de uma exploração suburbana que teve como único objectivo testemunhar e documentar uma realidade alheia ao roteiro turístico típico de uma capital europeia. Uma tentativa de descrever a identidade de uma cidade através um lado mais intimo e escondido. Assim nasce o turista das periferias.


O Muro

Sara Magno
O Muro é um projecto documental/conceptual realizado em Marvila, Lisboa. Ele pretende ser uma síntese de identidade do local. Marvila é caracterizada por uma forte presença de vilas operárias que estão em extinção, mas esta característica ainda marca a arquitectura e a própria identidade das pessoas que lá vivem. O Muro representa esse lado operário, por isso, este é o elemento fixo desta série fotográfica, o pano de fundo ou o cenário para os rostos de Marvila.



Marvila 28

Sofia Machado Ferreira
Longe do observador, à distância de um disparo, emergem cenários à espera de alguém que os transforme em imagens de um mundo do qual só se adivinha a cor. Viajar pela paisagem tingindo a realidade, faz parte do fascínio do acto de fotografar, de transferir para o papel uma parte do que se imaginou. A vida, através do vidro do 28, surge como matéria-prima em bruto que se deixa capturar na justa medida da ousadia de quem não transpôs os limites de uma janela.


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Continua
Mirjam 
“AERO”- Vídeo Instalação
AERO - uma performance de video art, por Mirjam e João Madeira.
«O que não pode ser nomeado, o que move tudo, o que cria. Procuramos o que se revela nesta criação: Aero.»

Aero é aquilo que nao pode ser capturado em palavras, conceitos. É o que move tudo.
É como o som, a música - a força unificadora do Aero, que, como uma obra de arte, se revela em muitas e diferentes formas.
E que, em si mesmo, não tem forma, como um jogo entre o ar e a água, os dois elementos através do qual o som viaja dentro e fora de ti, transformando o ar, a atmosfera em teu redor, e o mundo que trazes dentro.
Todo o movimento que a obra de arte Aero mostra é movido por algo que não podes ver.
Como nós próprios, Aero parece estar à procura da forma a dar ao que está presente.
Mas nunca se realiza, ficando sempre num estado e num jogo da forma, na ausência de uma forma, ou de todas.
E, ao contrário de nós, torna-se mais e mais gracioso ao longo do caminho.